Apesar dos benefícios comprovados da meditação - no bem-estar, nas relações, na ansiedade e depressão, na redução do impacto de doenças graves - muitas pessoas ainda ficam um pouco desconfiadas quando ouvem a palavra "meditação". É por isso importante dissiparmos alguns mitos:
- A meditação não é uma religião! A atenção plena é simplesmente um método de treino mental. Sim, muitas pessoas que a praticam são religiosas, mas também há muitos ateus e agnósticos que o fazem.
- Não é preciso sentar-se de pernas cruzadas no chão, como vemos nos filmes, embora possa fazê-lo, se quiser. Muitas pessoas meditam sentadas, numa cadeira, e em qualquer lugar: em casa, no autocarro, no comboio ou no caminho a pé para o trabalho. É possível meditar praticamente em todo o lado.
- A meditação não é complicada, nem tem a ver com "conseguir" ou "não conseguir". Mesmo quando parece difícil, aprende-se sempre qualquer coisa valiosa sobre os processos da mente.
- Não vai entorpecer-lhe a mente nem levá-lo a adoptar uma falsa atitude de excessivo otimismo em relação à vida.
Principais mitos esclarecidos, vamos experimentar a Meditação de 1 minuto?
Siga os seguintes passos:
1. Sente-se direito numa cadeira de espaldar reto. Se possível, afaste um pouco as nádegas da parte de trás da cadeira, de modo a que a sua coluna se suporte a si mesma. Os pés deverão assentar bem no chão. Feche os olhos ou baixe o olhar.
2. Concentre a atenção na sua respiração, na maneira como o ar entra e sai do seu corpo. Esteja atento às diferentes sensações de cada inspiração e de cada expiração. Observe a respiração sem ficar à espera de que aconteça algo de especial. Não há necessidade de alterar a sua respiração.
3. Ao fim de algum tempo, a mente começa a divagar. Quando se aperceber disso, traga suavemente a sua atenção para a respiração, sem se esforçar muito - conseguir aperceber-se de que a sua mente divagou e trazer a sua atenção de volta sem se criticar é fundamental.
4. A sua mente poderá atingir um estado de quietude como uma lagoa tranquila - ou não. Mesmo que tenha uma sensação de calma absoluta, poderá ser apenas passageira. Se se sentir zangado ou desesperado, também esta sensação poderá ser apenas passageira. Seja como for, deixe que aconteça.
5. Passado um minuto, deixe que os olhos se abram e tome consciência de onde está.
Centrar-se desta forma na respiração permite-lhe observar os pensamentos que surgem e, pouco a pouco, deixar de lutar contra eles. Acabará por se aperceber que estes vão e vêm à vontade, e que essa impermanência, mesmos dos pensamentos mais negativos, torna-os apenas transitórios. Você não é os seus pensamentos. Eles chegam e partem e, em última análise, o que tem é a hipótese de agir ou não sobre eles.
Observe este processo sem crítica; tenha compaixão por si mesmo. Quando a infelicidade ou o stress pairarem sobre a sua cabeça, em vez de os olhar de uma forma pessoal, aprenda a vê-los como nuvens escuras no céu e observe-os com curiosidade. Desta forma, conseguirá captar os padrões de pensamentos negativos antes de eles o fazerem mergulhar numa espiral descendente, de angústia e tristeza.
Começamos hoje?
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